A última novela no Corinthians parece não ter fim: a busca pelo técnico Dorival Júnior. Com negociações que se arrastam, o que está realmente travando esse processo? Boatos circulam indicando que uma questão financeira é o obstáculo, com pedidos de valores que assustam o departamento financeiro do clube.
É um dilema conhecido no futebol brasileiro: a valorização dos técnicos e suas comissões técnicas. Por mais incrível que pareça, essa valorização é justificada pelo mercado. Qualquer clube de ponta, como o Corinthians, sabe que contratar um nome de prestígio como Dorival implica em assumir cifras elevadas. Mas será que faz sentido em um momento onde o clube precisa lidar com outras dívidas, inclusive com penalidades de contratos já firmados?
O mercado está inflacionado. Técnicos que realmente fazem a diferença sabem o valor que têm e querem que isso se reflita em suas folhas de pagamento. Isso é algo que clubes grandes precisarão gerenciar se quiserem resultados expressivos, especialmente quando a relação custo-benefício de cada contratação entra em cena.
Se Dorival Júnior se valoriza e tem mercado, é natural que não aceite qualquer proposta, mas isso pode fazer o Corinthians repensar no que realmente precisa para o resto da temporada. Será que apostar em um nome ousado e menos badalado, como Hernan Crespo ou até mesmo Fernando Diniz, não seria uma forma de revitalizar o time com um novo espírito?
No entanto, a adaptação e a continuidade de uma filosofia com bases sólidas poderiam ser um meio-termo viável. É um jogo de paciência, onde tanto o clube quanto o técnico estão esperando o momento certo para dar o próximo passo – um passo que pode ou não ser maior do que a perna.
A reunião decisiva está marcada e, se tudo correr bem, Dorival pode estar chegando ao Corinthians em breve. Se há um desejo mútuo na mesa, porque há sempre uma parte financeira para se resolver?
Será que temos coragem de tentar algo realmente inovador ou continuaremos reféns das cifras? Talvez, a melhor decisão não seja tão óbvia.