Corinthians e a Revolta dos Torcedores

O que aconteceu recentemente no Parque São Jorge é mais do que um protesto; é um claro basta! à política mofada que assombra o Corinthians. A ocupação pacífica, liderada simbolicamente por cadeados nos portões, é um grito de socorro de torcedores desesperados e uma tentativa de retomar o clube das mãos de quem prioriza interesses próprios sobre o bem-estar do time.

Essa mobilização não é apenas sobre o presente; é sobre o futuro do Corinthians e sua gigantesca torcida. Uma torcida que, simbolicamente, “possui” o clube, como já disse o lendário Sócrates. O ato dos torcedores é um levante para mostrar o descontentamento com a má administração e a postura egoísta de quem “comanda” o clube. É um convite a um novo pacto democrático, mais justo e representativo.

É inadmissível que cerca de 4.000 associados decidam o futuro de uma nação de mais de 30 milhões de torcedores. Por que o poder está concentrado e inacessível a quem realmente faz o clube ser o que é: o torcedor fiel que lota os estádios, que sonha, sofre e vibra com cada partida?

O Corinthians tem potencial, mas está preso a um modelo político ultrapassado que só atende aos interesses de poucos. Enquanto o Flamengo e o Palmeiras seguem exemplos de gestão responsável, o “Timão” luta com seu próprio burocracia arcaica e um conselho que não reflete o verdadeiro dono do clube, sua torcida. A proposta dos organizados é clara: reforma estatutária já!

Até quando a paixão corintiana será sequestrada por disputas de poder internos? É hora de novas vozes emergirem, de novas ideias ganharem espaço. Somente então o Corinthians poderá aspirar a ser um exemplo de clube democratizado, à altura de seu tamanho e história. Torcedores, continuem firmes. O “basta” de vocês é o início da revolução que o Timão tanto necessita.