O último clássico deixou a nação corinthiana não só decepcionada, mas também extremamente preocupada. A derrota por 2 a 0 para o Palmeiras não foi apenas um resultado negativo em um jogo importante; foi um sinal claro de que algo não vai bem no Parque São Jorge. Como explicar uma equipe que parecia perdida em campo, assistindo passivamente o adversário dominar completamente o jogo? A questão vai muito além de rivalidade ou de um jogo ruim. Estamos falando de um Corinthians que parece ter perdido a essência da garra e da determinação.
A atuação do técnico Emiliano Díaz, encomendando a equipe na ausência de Ramón Díaz, revelou falhas que não são apenas circunstanciais, mas estruturais. O esquema com vários volantes, a falta de criatividade e uma defesa que mais parecia uma avenida aberta, são pontos que clamam por uma revisão drástica. E o que dizer da substituição dos goleiros? Ao optar por Matheus Donelli no lugar de Felipe Longo, a equipe sofreu ainda mais. Embora Donelli seja um jovem talentoso, sua inexperiência em clássicos dessa magnitude ficou evidente.
A incapacidade do Corinthians em completar passes eficazes e a falta de reação diante do avanço do Palmeiras são um reflexo de um meio-campo desconexo e de uma estratégia que falhou em todos os aspectos. A disposição tática do Palmeiras, comandada magistralmente por Abel Ferreira, fez o time alvinegro parecer um mero espectador em seu próprio jogo.
É imperativo questionar: onde está a audácia corinthiana de outrora? Este não é apenas um deslize, mas um sintoma de uma equipe que precisa reavaliar sua abordagem, sua formação e, talvez mais crucialmente, sua alma. Para um clube com a grandeza do Corinthians, aceitar a mediocridade não é uma opção. É hora de olhar para dentro, realizar as mudanças necessárias e reacender a chama que fez do Corinthians um dos gigantes do futebol brasileiro.